“[…] Você não precisa ser um gênio para ar em concurso público, precisa ter estratégia e consistência. […]”

Confira a nossa entrevista com Vitor Rodrigues de Albuquerque, aprovado em 2° lugar no concurso ANM para o cargo de Especialista em Recursos Minerais – Especialidade: Tecnologia da Informação – Ciência de Dados/DF:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Vitor Rodrigues de Albuquerque: Me chamo Vítor, tenho 30 anos, sou formado em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, com especializações na área de Ciência de Dados e sou de Brasília/DF.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Vitor: Como todo bom brasiliense, cresci em um ambiente com forte influência do serviço público. Por isso, logo após concluir o ensino médio, cheguei a prestar alguns concursos, mas sem qualquer preparo. Naturalmente, não fui aprovado na época e decidi seguir para o mercado privado, onde segui pela área de Tecnologia da Informação. Após vários anos de experiência, comecei a me sentir frustrado com a normalização das longas jornadas de trabalho na área, com os critérios de seleção frequentemente subjetivos e, principalmente, com a constante sensação de insegurança profissional, intensificada durante ondas de demissões em massa (layoffs). Ver colegas próximos sendo desligados sem qualquer explicação me deixava sempre apreensivo. Diante desse cenário, decidi retomar os estudos e voltar a prestar concursos públicos. Escolhi priorizar a estabilidade e a qualidade de vida, mesmo que isso pudesse significar uma remuneração inicial menor.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Vitor: Trabalhei durante todo o meu período de estudos. Embora eu não tivesse a opção de me dedicar exclusivamente ao estudo, considero um privilégio estar em regime de teletrabalho há pelo menos quatro anos. Essa modalidade me permitiu (e permite) manter uma rotina de estudos consistente, sem tanto desgaste físico. Para começar a colher resultados, estabeleci um cronograma que sigo rigorosamente: estudo de segunda à sexta, das 18h30 às 23h e, aos finais de semana e feriados, das 13h às 18h, sem falhas. No começo é difícil, mas depois de um tempo você entra no modo automático.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Vitor: Além da ANM, já figurei na lista de aprovados de outros 9 concursos de TI. Existem algumas outras provas que tenho como alvo, então pretendo continuar estudando.

8º lugar – Ministério da Agricultura 2022 – Analista de Dados;

13º lugar – CNU Ministério da Saúde 2024 – Tecnologista: Tecnologia da Informação;

10º lugar – ANVISA 2024 – Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária – Área 4;

26º lugar – ANATEL 2024 – Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Especialidade: Ciência de Dados;

5º lugar – PCDF 2025 – Cargo 1: Gestor de Apoio Às Atividades Policiais Civis – Especialidade: Analista de Informática – Área de Atuação: Banco de Dados;

37º lugar – TRT10 2025 – Cargo 11: Analista Judiciário – Área: Apoio Especializado – Especialidade: Tecnologia da Informação;

13º lugar – ApexBrasil 2024 – Perfil 5: Operações e Segurança de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) – Especialidade: Segurança da Informação;

18º lugar – IBICT 2024 – Tecnologista: Tecnologia da Informação;

39º lugar – Dataprev 2023 – Analista de Tecnologia da Informação – Perfil: Engenheiro de Dados – RN.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Vitor: A minha vida social era inexistente. Eu digo que eu dei um “stand by” na minha vida. Foi um sacrifício que tive que fazer, mas que hoje eu posso dizer: valeu a pena… MUITO!

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Vitor: Todos sempre me apoiaram. No começo é difícil, pois a decisão de estudar para concursos é sua, mas acaba afetando as pessoas ao seu redor. De repente, você não prioriza mais assistir um filme/série nos dias de folga e, sim, assistir uma aula de Direito Constitucional. Você a a ser aquela pessoa que nunca vai nos eventos do seu círculo social e o apoio da família e dos amigos nessa fase, é essencial.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Vitor: Comecei a estudar para a ANM no dia em que o edital foi publicado, o que me deu 3 meses de estudo.

O que me ajudou a manter a disciplina, foi metrificar todo o meu estudo. Eu tinha uma planilha simples onde eu controlava absolutamente tudo.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?

Vitor: Eu tenho um jeito um pouco peculiar de estudar. Geralmente, eu inverto a ordem do que as pessoas normalmente fazem. Ao iniciar uma nova matéria, eu parto direto para as questões, mesmo sem entender muita coisa. De acordo com o que eu me deparar nas questões, escolho o método de assimilação do conteúdo que vou utilizar para aprender aquilo ali. Para matérias mais densas e que eu vejo que não entendo absolutamente nada, vou para as videoaulas do Estratégia. Se for algo mais “decoreba”, letra de lei, etc, aí eu parto para os PDFs. Ao final da sessão de estudos, retorno às questões e avalio o meu rendimento. Se meu percentual de acertos tiver melhorado, é um bom sinal, se continuar ruim, avalio a troca do método. 

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Vitor: Conheci por indicação de conhecidos.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Vitor: Acho que o principal benefício de ser de uma plataforma como o Estratégia, é ter todo o material que você precisa para construir a sua base de estudos em um só local. Quando somos iniciantes, não sabemos muito bem o que priorizar e nem como o estudo para concursos funciona, então, é essencial ter esse “empurrãozinho” até você conseguir seguir com suas próprias pernas. Hoje, eu posso dizer que toda a minha base foi construída pelos materiais do Estratégia, principalmente considerando as matérias básicas, que fogem muito do escopo de um profissional de TI, como os Direitos. Gosto muito dos simulados e dos eventos de revisão específicos para os concursos. Um dos diferenciais do Estratégia, são os professores, que são muito próximos dos alunos.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos?

Vitor: Já tentei seguir diversos tipos de ciclo, mas o que mais se encaixou com a minha forma de absorver conteúdo, foi basicamente estudar os conhecimentos básicos em uma semana e os conhecimentos específicos na seguinte, intercalando assim até fechar o edital. Não gosto de ficar “picotando” ou trocando de matéria a cada dia, enquanto aquilo não estiver massificado na minha cabeça. Não sou adepto à cronometragem de horas, estudava até fechar um assunto.

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Vitor: As minhas revisões consistiram em flashcards, Mapas Mentais, questões e vídeos de Revisão de Véspera e Hora da Verdade.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Vitor: Questões são essenciais, pois através delas que você conhece a banca, suas tendências e os assuntos mais relevantes para priorizar. Resolvi mais de 23 mil questões durante a minha trajetória. Com certeza isso foi decisivo na minha aprovação.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Vitor: No caso da ANM, com certeza a matéria de Direito Minerário. Como todos os outros candidatos também teriam esse desafio a superar, visto que era uma matéria que não cai em outros concursos, eu apostava que gabaritar (ou quase) essa matéria seria um grande diferencial. Li e reli inúmeras vezes todas as legislações, fazendo grifos, montando mapas mentais, criando questões e assisti todas as aulas disponíveis na plataforma do Estratégia. Também joguei tudo no aplicativo Anki, praticamente decorei cada frase das leis. Como resultado errei apenas 1 (uma) questão.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Vitor: A semana da prova foi bem corrida para mim, até um dia antes, eu ainda estava pegando matérias. Foi uma corrida contra o tempo para não deixar de revisar nada. O edital era tão grande que até o material resumido era extenso.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Vitor: No meu caso, eu já escrevia bem, então foquei mais no conteúdo técnico. É importante ter repertório para desenrolar os tópicos que a banca pede, então, costumo sempre separar um possível tema de redação para cada matéria e treinar aos finais de semana. Por sorte, um destes temas foi exatamente o que foi cobrado na prova da ANM: uma discursiva técnica sobre o processo de KDD (Knowledge Discovery and Data Mining). Tirei nota máxima no conteúdo e tive a maior nota no gabarito preliminar. O meu conselho é exatamente esse: mapear os conceitos básicos e até de certa forma clássicos, de cada matéria e treinar, treinar, treinar…

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Vitor: O meu principal acerto foi ter saído de um status de concurseiro ivo, que somente lia, relia, assistia aulas e etc no modo automático e ter virado a chave para o modo de estudo ativo, onde ei a exteriorizar o meu conhecimento e os meus aprendizados, produzindo materiais, comentando questões, utilizando flashcards. Com certeza isso fez com que eu melhorasse as minhas classificações. 

Quanto aos erros, considero que menosprezei algumas matérias ao longo da minha trajetória e isso me custou algumas aprovações. No começo, eu não considerava importante estudar a parte básica, ia para as provas tentar a sorte em Português, Estatística, Direito istrativo e isso é um erro que vejo muitos concurseiros de TI cometendo. Não adianta gabaritar o conteúdo específico, mas não atingir nem a nota mínima da parte básica. Só consegui ter resultados consistentes quando decidi fortalecer essa minha base.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Vitor: Já pensei seriamente em desistir. Houve um momento em que eu sempre ficava no “quase”. Sempre ficava de fora por 1 ou 2 questões, errava muita bobagem. A sensação de se dedicar tanto, nadar e morrer na praia, é terrível! O processo é doloroso, são muitas abdicações, você vê a vida ando e você ali, fazendo prova todo domingo. Hoje, vejo que tudo é um grande processo e foi necessário para conquistar essa aprovação. A minha motivação foi entender que, se eu estava batendo na trave, o gol estava prestes a vir!

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Vitor: Todo o mundo sonha com um cargo de destaque, ótimo salário e estabilidade. A questão é: quantos estão realmente dispostos a pagar o preço para chegar lá? Sonhar é o começo, mas a conquista exige dedicação e sacrifício. Se você está decidido a conquistar o seu sonho, organize os seus materiais, defina o seu objetivo final e vá galgando posições até chegar lá. Assuma os seus pontos fracos e defina uma estratégia para neutralizá-los. Você não precisa ser um gênio para ar em concurso público, precisa ter estratégia e consistência. Não desista com as reprovações, aprenda com os erros para não os repetir, assim você acumulará a bagagem necessária para chegar ao topo!